terça-feira, 10 de junho de 2014

O nome

Custou mas foi!....

Há muito tempo que aqui não venho. Há muito tempo que não escrevo nada nem mostro nada novo do meu sonho neste blog. Não éque o sonho tenha acabado ou até mesmo diminuido, não é isso não. É que eu passei os ultimos anos achando que não ia poder terminar a nossa obra, ou seja, concluir a construção do Rainha Jannota. De repente tudo tornou-se absurdamente caro neste Pais e os preços de tudo começaram a subir a galope. Em algum momento dos ultimos quase 3 anos, eu questionei a minha vontade. Não a de ter o Rainha Jannota pronto, mas sim a vontade de seguir trabalhando longe da minha familia, para completar o barco e manter uma prespectiva de vida mais tranquila. Confesso que foram tempos duros de muito questionamento e muita indecisão. Mas, aqui estamos, a hum mes de lançar o Rainha Jannota na água!
Perdoem a minha corujice, mas o barco está lindo! As linhas do mesmo ficaram como eu havia imaginado. O ressalto no teto do salão, o Flybridge, a aumento da altura da proa, o rebaixamento do costado na popa, tudo isso concorre para a beleza do Rainha Jannora. Decidi homenagear o estaleiro Flab e o incansàvel Flavio batizando este modelo de FLAB 46. Muito Justo ja que aparte do casco todo o resto foi pensado e alterado pelo Flavio e por nos.
Na proxima vez que eu escrever, serei mais detalhista com a memoria descritiva do Rainha Jannota

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Os custos de viagem

O Rainha Jannota será a nossa casa por bastante tempo. Durante esse tempo, é provável que não tenhamos carro e que optemos por alugar a casa onde hoje vivemos, com mobílias e tudo. Isso tudo para melhorar o nosso poder de compra amortizando mais fácilmente os custos de manutenção em terra enquanto curtimos nossas “casa” de praia. Não é fácil suportar duas despesas.
Sendo assim, esperamos ter um estilo de vida de cruzeiristas viajando de 2000 a 2500 milhas por ano, referente a 400 horas, parando aqui e ali, usando transporte público nos lugares que visitarmos, ou bicicletas que levaremos a bordo, comendo em restaurantes de quando em vez, nas datas representativas, e sempre que for possível, usar ancoradouros ao invés de marinas. Comprar um ou outro souvenir e bastantes livros. Claro que teremos que ter cuidado de separar fundos para visitar a família pelo menos 3 vezes por ano. Lavaremos nosso própria roupa a bordo, repararemos nosso próprio barco, a não ser que haja algo complicado fora de nossas habilidades. Mais importante de tudo, teremos o nosso seguro médico internacional.
De acordo com uma mesa redonda sobre custos de vida viajando em barcos a motor, e realizada no ultimo Trawler Fest em Ft Lauderdale:
1.    A primeira grande conclusão é que o combustível não é o maior vilão da história. De acordo com a o consenso geral nessa mesa redonda, a grande fatia são os custos de docagem, peças sobressalentes, substituição de equipamentos e serviços, tomando o anterior 28% dos orçamentos, enquanto comida ficou com 18% e combustível com 17%. O que falta aqui, são os gastos com marinas e ancoragens, viajens que não incluam o barco e, óbviamente, diversão! Afinal, ninguem é de ferro.
2.    Uma forma de se optimizar o orçamento, são as viajens curtas. Ao invés de se fazerem 400 milhas de uma vez, façam-se, sempre que possível, 4 pernas de 100 ficando mais tempo em cada lugar e assim tirar mais proveito dos lugares. Num barco a motor, quanto mais se viaja por perna mais combustível se gasta por unidade de tempo. É bom alinhar os nossos horizontes com o nosso orçamento  
3.    Evite sempre que possa, atracar nos piers de Marinas. Os custos de atracação em marinas ocupam de 8% a 12% do orçamento. Amarrar a uma poita ou até mesmo uma ancoragem segura, é sempre bem mais em conta e evita alguns problemas de vizinhança indesejada. Outra vantagem, é diminuir a facilidade de accesso ao nosso barco por curiosos muitas vezes interessados nos bens do alheio.
4.    Tenha os diversos sistemas construídos da forma mais simples possível, sistemas que voçe mesmo possa reparar sem necessitar de “especialistas”. Nos dias de hoje, os barcos, a motor ou a vela, mas mais os primeiros, estão cheios de equipamentos sofisticados e tecnicismos complicados. Depois de algumas centenas de milhas navegadas, voçe se dará conta de que a maior parte da sofisticação de seus aparelhos é desnecessária e traz junto, uma enorme necessidade de atenção constante e cuidados extremos com a sua manutenção. Pior ainda, os aparatos absolutamente essenciais, ocupam uma porcentagem mínima no contexto geral se equipamentos que os “vendedores” nos tentam impigir. Lembre-se, quanto mais equipamento voçe tiver, e quanto mais complicado e sofisticado ele for, maior sera a probabilidade de que algum deles quebre, e com mais frequência. Então, se voçe não for capaz de o reparar, alguem o terá de fazer. Além disso, se voçe conseguir finalmente um especialista para reparar o que está quebrado, muito provavelmente ele estará em outro porto o que obrigará a voçe a deslocar-se para um lugar fora do seu trajecto com despesas adicionais que não estavam no orçamento. Já li sobre Trawlers que não têm gerador mas têm baterias solares. A maior parte deles, não tem watermaker, tem um sistema que recolhe água da chuva; não têm sanitários elétricos, a descarga é dada na bombinha, coisa que todo o mundo sabe/pode reparar. Enfim um montão de coisas que para muitos são essenciais, mas, para quem vive com a grana curta, podem ser luxos evitáveis.
5.    Quando navegar, reduza a velocidade para o regime mais económico e rentável para o seu barco. Se voçe selecionou um casco de deslocamento fácilmente navegável com baixa cavalagem, mesmo assim aprenda a conheçer o seu barco e veja que invarialvelmente  a diferença entre 6.5 Knts e 6.8 knts não lhe faz a viajem muito mias longa mas é uma diferença determinante no consumo de combustivel. Alem disso, pressa é o que voçe não deve ter quando se vive de passeio. Quem tem pressa não compra barco para viajar, vai de avião. Faça voçe mesmo uns gráficos que relacionem velocidade e consumo e veja como seu barco pode ser mais económico. Por exemplo, em um trawler com 40’ de linha de agua, a velocidade ideal está entre 6 e 7.5 knts ou seja, 8 a 10 litros por hora. Ou seja 1 – 1.5 litros por milha nautica.
6.    Infalívamente voçe conhecerá muita gente boa e fará muitas amizades. Escolha como mais “chegados”, o pessoal que como voçe, tem a graninha contada. Aquele pessoal que prefere uma comidinha caseira ou um churrasco na praia ao por do  sol, do que explorar a gastronomia do lugar. De quando em vez, está de bom tamanho. Além disso, quando voçe e seu “almirante” decidirem ir a um restaurante, escolham um de comida local, afinal voçe quer conhecer os lugares por onde passa e esses restaurantes sempre são mais baratos que uma franchising importado. Uma dica, aprenda a fazer sushi e sashimi, e evite de uma vez por todas os caros restaurantes Japoneses! É uma delicia!
Então, depois de balançear as coisas, sera mais caro para um casal viajar em seu próprio barco a motor do que à vela? Provávelmente, mas a diferença é irrelevante e não é tanto assim como a maioria dos aquanautas pensa

O Custo inicial do barco

Durante a escolha do barco para longos períodos de uso, seja á vela ou a motor, existe sempre o dilema de quanto podemos ou devemos gastar. Cada dolar a mais gasto num barco é um dolar a menos que estará disponível para gastar em viajens. Um barco para fins de uso intenso e contínuo é, obviamente, mais caro do que um feito para sair só ao fim de semana. Necessitam-se de tanques maiores, mais capacidade de água, tanques para esgoto, equipamento de ancoragem mais pesado e completo, sistemas de navegação redundantes e etc. Por outro lado, o nível de acabamento fica ao critério de cada um. No nosso caso, optamos por um barco novo e adaptado aos nossos planos de vida devido a falta de qualquer outra opção. Estivéssemos nós em outro lugar, e haveríamos optado pela compra e adaptação de um barco de trabalho que coubesse bem mais confortavelmente no nosso orçamento, ou buscaríamos um barco usado.

sábado, 20 de agosto de 2011

Épossível viver e viajar num barco a motor com um orçamento reduzido?

Depois de surfar longamente na internet lendo relatos de pessoas que cruzam os mares em barcos a motor, entre eles Os Brasileiros Jade e o pioneiro San Marino, barcos de bandeira brasileira que estão agora navegando pelos mares do planeta, chego á conclusão, baseado na experiência de tantos, que não é necessário um orçamento avultado para se seguir esse estilo de vida. De todos os relatos que li, pouquíssimas tripulações eram constituidas por ex-empresários ou profissionais liberais ricos, com bastante reserva financeira para abraçar esse sonho. Também, para minha surpresa, são poucos os barcos ou iates de renome ou marca diferenciada com todas as amenidades e equipamentos de ultima geração custando preços exorbitantes. A maioria, são barcos de trabalho, em madeira ou qualquer outro material, já com muitas milhas navegadas, que eventualmente foram transformados em recreio para satisfazer aos planos de vida de seus novos donos ou, barcos usados, ja com as caracteristicas necessárias, mas, que anteriormente eram usados em finais de semana ou esporádicamente.
E cada vez mais comum verem-se barcos a motor pulando de ilha em ilha no Caribe, na costa da Australia, Nova Zelandia Philipinas, Malásia, no Mediterraneo e em qualquer outro lugar onde o clima e a natureza sejam generosos. E não só! Já existem projetos de viajens realizados e outros se realizando, procurando a passagem norte do Atlantico ao Pacífico, cruzeiros pelo Artico e até á Antartica.
Recomendo a quem se interessar, procurer sites como http://www.trawlerforum.com/  ou www.trawlerforum.com/ Estas, são fontes interessantes de informação e nos levam, com paciência a encontrar relatos completos de quem vive do e no mar com um barco a motor.
A idéia é viver viajando num barco a motor, com um orçamento menor ou igual a qualquer cidade. Isto definitivamente torna-se um dos mais essenciais elementos que faz a liberdade e a independência de viajar um sonho possível.
Não é a tôa que se veêm cada vez mais velejadores, já entrando nos cinquentas, planificando uma mudança estratégica de vela a motor. Os barcos a motor são mais espaçosos, do que os veleiros. Eles não requerem de tanta habilidade ou energia para serem operados. Teêm suas rotas traçadas independentemente da direcção dos ventos, indo do ponto A ao ponto B a uma velocidade constante, planejada enquanto sua tripulação ve o mundo passar ao seu redor.
Eu imagino a quantidade de discussões em marinas e portos ao redor do mundo, sobre quem é melhor ou mais eficiente. Eu mesmo ja participei de algumas. A pergunta é sempre a mesma; é financeiramente viável viver em um barco a motor? Tanto como num veleiro? Como pode gente comum, classe média, cruzar os mares do mundo num barco a motor, especialmente quando os preços do combustivel estão tão instáveis e com previsões negras de futuro? Muitos, por muito esforço que façam, não conseguem enxergar o valor agregado de um barco a motor.
É assim que nós o faremos!.
Primeiro, para se viver num barco a motor, com um orçamento limitado, e necessario escolher o barco apropriado.
Alguns barcos nunca poderão ser económicos. Por exemplo, um barco com casco planante esta desenhado para andar rápido em troca de um consumo abismal. São necessários muitos litros por milha nautica percorrida para que el plane. Se reduzimos a velocidade para melhorar o consumo, a leveza do casco faz com que o mesmo “pouse” sobre a superficie da água como uma rolha de cortiça, não me pareçe uma opção confortável para quem quer fazer viajens longas
Para se viver confortável mas economicamente num barco a motor, necessita-se de um barco com casco deslocante, ou pelo menos, semi deslocante, que utilize um motor simples na sua concepção e lento em RPM. De preferência com uma boca mais estreita que larga para facilitar a navegação e se deslocar com menor potência. O objectivo, não esqueçam, é a economia de combustível, e o ideal, seria gastar menos de 2 litros de diesel por milha navegada. Sim, diesel, porque gasolina nem pensar! Os motores a diesel são muito mais generosos na manutenção e sem discussões, muito mais duradouros.
A autonomia do barco tambem é importante nesta equação. Autonomia no sentido de distância navegada por carga total de combustível menos 10% de reserva por via de dúvidas. O nosso Rainha Jannota tera pelo menos uma autonima de 2000 milhas por cada carga total de combustível, a lentos mas seguros 7 knts de velocidade de cruzeiro.
A autonomia é importante no orçamento porque o preço dos combustíveis varia de cidade para cidade e de país para país e nós queremos ter a capacidade de comprar muito quando o preço for melhor, evitando comprar onde os preços forem maiores, lógico não? Além disso, uma carga completa de combustível pode sair mais barata se comprada no atacado direto de um distribuidor ao invês de se atracar na bomba de um lindo club ou marina.
Naturalmente, como num veleiro, o tamanho do barco faz a diferença em despesas anuais de docagem. Os dois grandes contribuintes para essa conta, a subida para pintura de fundo e troca de anodos de sacrificio ou as paradas em poitas ou piers de marinas e clubs, aumentam com o tamanho e volume do barco
(continua)

sábado, 18 de junho de 2011