segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Os custos de viagem

O Rainha Jannota será a nossa casa por bastante tempo. Durante esse tempo, é provável que não tenhamos carro e que optemos por alugar a casa onde hoje vivemos, com mobílias e tudo. Isso tudo para melhorar o nosso poder de compra amortizando mais fácilmente os custos de manutenção em terra enquanto curtimos nossas “casa” de praia. Não é fácil suportar duas despesas.
Sendo assim, esperamos ter um estilo de vida de cruzeiristas viajando de 2000 a 2500 milhas por ano, referente a 400 horas, parando aqui e ali, usando transporte público nos lugares que visitarmos, ou bicicletas que levaremos a bordo, comendo em restaurantes de quando em vez, nas datas representativas, e sempre que for possível, usar ancoradouros ao invés de marinas. Comprar um ou outro souvenir e bastantes livros. Claro que teremos que ter cuidado de separar fundos para visitar a família pelo menos 3 vezes por ano. Lavaremos nosso própria roupa a bordo, repararemos nosso próprio barco, a não ser que haja algo complicado fora de nossas habilidades. Mais importante de tudo, teremos o nosso seguro médico internacional.
De acordo com uma mesa redonda sobre custos de vida viajando em barcos a motor, e realizada no ultimo Trawler Fest em Ft Lauderdale:
1.    A primeira grande conclusão é que o combustível não é o maior vilão da história. De acordo com a o consenso geral nessa mesa redonda, a grande fatia são os custos de docagem, peças sobressalentes, substituição de equipamentos e serviços, tomando o anterior 28% dos orçamentos, enquanto comida ficou com 18% e combustível com 17%. O que falta aqui, são os gastos com marinas e ancoragens, viajens que não incluam o barco e, óbviamente, diversão! Afinal, ninguem é de ferro.
2.    Uma forma de se optimizar o orçamento, são as viajens curtas. Ao invés de se fazerem 400 milhas de uma vez, façam-se, sempre que possível, 4 pernas de 100 ficando mais tempo em cada lugar e assim tirar mais proveito dos lugares. Num barco a motor, quanto mais se viaja por perna mais combustível se gasta por unidade de tempo. É bom alinhar os nossos horizontes com o nosso orçamento  
3.    Evite sempre que possa, atracar nos piers de Marinas. Os custos de atracação em marinas ocupam de 8% a 12% do orçamento. Amarrar a uma poita ou até mesmo uma ancoragem segura, é sempre bem mais em conta e evita alguns problemas de vizinhança indesejada. Outra vantagem, é diminuir a facilidade de accesso ao nosso barco por curiosos muitas vezes interessados nos bens do alheio.
4.    Tenha os diversos sistemas construídos da forma mais simples possível, sistemas que voçe mesmo possa reparar sem necessitar de “especialistas”. Nos dias de hoje, os barcos, a motor ou a vela, mas mais os primeiros, estão cheios de equipamentos sofisticados e tecnicismos complicados. Depois de algumas centenas de milhas navegadas, voçe se dará conta de que a maior parte da sofisticação de seus aparelhos é desnecessária e traz junto, uma enorme necessidade de atenção constante e cuidados extremos com a sua manutenção. Pior ainda, os aparatos absolutamente essenciais, ocupam uma porcentagem mínima no contexto geral se equipamentos que os “vendedores” nos tentam impigir. Lembre-se, quanto mais equipamento voçe tiver, e quanto mais complicado e sofisticado ele for, maior sera a probabilidade de que algum deles quebre, e com mais frequência. Então, se voçe não for capaz de o reparar, alguem o terá de fazer. Além disso, se voçe conseguir finalmente um especialista para reparar o que está quebrado, muito provavelmente ele estará em outro porto o que obrigará a voçe a deslocar-se para um lugar fora do seu trajecto com despesas adicionais que não estavam no orçamento. Já li sobre Trawlers que não têm gerador mas têm baterias solares. A maior parte deles, não tem watermaker, tem um sistema que recolhe água da chuva; não têm sanitários elétricos, a descarga é dada na bombinha, coisa que todo o mundo sabe/pode reparar. Enfim um montão de coisas que para muitos são essenciais, mas, para quem vive com a grana curta, podem ser luxos evitáveis.
5.    Quando navegar, reduza a velocidade para o regime mais económico e rentável para o seu barco. Se voçe selecionou um casco de deslocamento fácilmente navegável com baixa cavalagem, mesmo assim aprenda a conheçer o seu barco e veja que invarialvelmente  a diferença entre 6.5 Knts e 6.8 knts não lhe faz a viajem muito mias longa mas é uma diferença determinante no consumo de combustivel. Alem disso, pressa é o que voçe não deve ter quando se vive de passeio. Quem tem pressa não compra barco para viajar, vai de avião. Faça voçe mesmo uns gráficos que relacionem velocidade e consumo e veja como seu barco pode ser mais económico. Por exemplo, em um trawler com 40’ de linha de agua, a velocidade ideal está entre 6 e 7.5 knts ou seja, 8 a 10 litros por hora. Ou seja 1 – 1.5 litros por milha nautica.
6.    Infalívamente voçe conhecerá muita gente boa e fará muitas amizades. Escolha como mais “chegados”, o pessoal que como voçe, tem a graninha contada. Aquele pessoal que prefere uma comidinha caseira ou um churrasco na praia ao por do  sol, do que explorar a gastronomia do lugar. De quando em vez, está de bom tamanho. Além disso, quando voçe e seu “almirante” decidirem ir a um restaurante, escolham um de comida local, afinal voçe quer conhecer os lugares por onde passa e esses restaurantes sempre são mais baratos que uma franchising importado. Uma dica, aprenda a fazer sushi e sashimi, e evite de uma vez por todas os caros restaurantes Japoneses! É uma delicia!
Então, depois de balançear as coisas, sera mais caro para um casal viajar em seu próprio barco a motor do que à vela? Provávelmente, mas a diferença é irrelevante e não é tanto assim como a maioria dos aquanautas pensa

O Custo inicial do barco

Durante a escolha do barco para longos períodos de uso, seja á vela ou a motor, existe sempre o dilema de quanto podemos ou devemos gastar. Cada dolar a mais gasto num barco é um dolar a menos que estará disponível para gastar em viajens. Um barco para fins de uso intenso e contínuo é, obviamente, mais caro do que um feito para sair só ao fim de semana. Necessitam-se de tanques maiores, mais capacidade de água, tanques para esgoto, equipamento de ancoragem mais pesado e completo, sistemas de navegação redundantes e etc. Por outro lado, o nível de acabamento fica ao critério de cada um. No nosso caso, optamos por um barco novo e adaptado aos nossos planos de vida devido a falta de qualquer outra opção. Estivéssemos nós em outro lugar, e haveríamos optado pela compra e adaptação de um barco de trabalho que coubesse bem mais confortavelmente no nosso orçamento, ou buscaríamos um barco usado.